quarta-feira, 12 de novembro de 2014

“Eu sou um negro”
A neurose é o poema do inconsciente. E a neurose é a formulação de um poetastro. É um poeta menor, que deitado no divã, fica apavorado diante de um susto permanente que ele tem, diante dos seus desacertos.  Ele sabe que dentro dele coabitam, e entram em conflito permanentemente, duas grandes forças com as quais ele não sabe lidar.
Mas ele tem a pré-ciência de que são elas que ordenam ou promovem a desordem de sua vida, que o leva ao sofrimento da neurose. Essas forças são a pulsão de vida e a pulsão de morte. A crueldade e a beatitude. O bem e o mal. Deus e Satã. Quando Deus e o diabo estão na Terra do Sol, os miolos esquentam.  Quando os miolos esquentam, um povo vive permanentemente em estado de PMD (Psicose Mania-Depressiva).  Ou o Brasil é o maior pais do mundo, ou nós estamos na beira do abismo. Quando acontece isso, não são os Tristes Trópicos de Claude Levi-Strauss. É um vulcão em pré - ebulição, e às vezes quando esse vulcão solta larvas,  como foi no caso da ditadura iniciada por um  psicopata  paranoico que foi Mourão Filho, que saiu  de Juiz de Fora para fazer o que fez, para cometer o que cometeu, nada disso é por acaso, são as larvas do vulcão. Esse vulcão não é só Brasil, é a América. Da qual extrai meu livro “O Feitiço da Amerika”.


Trecho de entrevista de Jacob Pinheiro Goldberg para o professor Renato Bulcão.

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