sábado, 30 de abril de 2011

"O DIREITO NO DIVÃ"

Prefaciado pelo Vice-Presidente da Republica e Professor de Direito Doutor Michel Temer, com apresentação do Deputado e Professor de Direito Doutor Fernando Capez, antologia de Jacob Pinheiro Goldberg organizada por seu filho Flavio Goldberg e com avaliação do Presidente da OAB/JF Doutor Wagner Parrot.





Sinopse:

"Esta obra se insere na linhagem das fronteiras do estudo combinado entre o Direito e a Psicologia. Dostoievski e Foucault, com seus pensamentos acerca do comportamento humano, alargaram a vião humanística da pessoa e do trato legal.
Tendo esse pensadores como norte, Jacob Pinheiro Goldeberg vem marcando a inteligência brasileira com suas análises ao mesmo tempo técnicas e poéticas.
A antologia que o leitor tem em mãos recolhe algus dos textos e momentos em que a concepção de mundo e de vida do autor influenciou a visão jurídica no Brasil, esmerando-se na montagem da teia sofisticada entre teoria e ação.
Merecem destaque os crimes contra a mulher, lidos de forma ousada nas palestras proferidas pelo autor nas Faculdades de Medicina, de Londres e de São Paulo, além de temas polêmicos como pedofilia, menor infrator, violência urbana, psicologia da morte, refugiados, tortura e direito de expressão." Sandra Magalhães - Psicóloga.


http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/3448312/o-direito-no-diva-etica-da-emocao/?ID=C934C8DF7DB041A1124331154

Programação de palestras e livros de Goldberg

1- “O Direito no divã” Ética da emoção

Flávio Goldberg, antologia de Jacob Pinheiro Goldberg, com prefácio do vice presidente da República, professor Michel Temer e do deputado, professor Fernando Capez (apresentação), Editora Saraiva.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/3448312/o-direito-no-diva-etica-da-emocao/?ID=42F948977DB041E021E200942

2- Palestra: Psicologia – Formação e Profissão

Jacob Pinheiro Goldberg – "A psicologia como projeto de romance: da gênese à individuação"

O Centro Acadêmico Karl Marx e a Universidade São Marcos convida a todos os alunos para participarem do Ciclo de Palestras: Psicologia – Formação e Profissão, com palestra inicial de Dr. Jacob Pinheiro Goldberg com o tema: "A psicologia como projeto de romance: da gênese à individuação" no dia 12/05/2011 às 19h no auditório da unidade Sta. Paulina.

3- “A Era da Imagética”
http://vimeo.com/22606335

Gabriel Chalita entrevista Jacob Pinheiro - Parte 2

Gabriel Chalita entrevista Jacob Pinheiro - Parte 1

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Pais e filhos: Relação de amor ou interesse?

Artigo publicado na "Revista Família Cristã" - Ano 77 - Edição 904 - Abril de 2011

No histórico do desenvolvimento da condição humana se pretende que o interesse (etimologicamente inter esse, do latim, estar entre) deve ser sublimado para o amor. O interesse compreendido como uma intenção de vantagem que pode ser legitima ou ilegítima. O amor, este sentimento o mais espiritualizado das emoções, capaz de superar o egoísmo, cultivando o altruísmo. A natureza proporciona desde a concepção um jogo complexo e sofisticado que marca a interação entre pais e filhos. Já no útero da mamãe e nas etapas do desenvolvimento o nascituro, a criança, o adolescente e o adulto precisam da mãe e do pai, inicialmente para o nascimento, depois a sobrevivência e, paulatina e simultaneamente, o treino para a civilização. Do ângulo dos pais a necessidade de projetar nos filhos o mistério e o milagre do mandamento: “crescei e multiplicai-vos”. O magnífico sentido de transcendência e vida que os filhos devem perpetuar, superando o conflito de gerações até os rituais de passagem para a continuidade gratificante das heranças recebidas, metabolizadas e transformadoras. É através da educação e do carinho que esta pauta de mão dupla precisa transitar. Dando e recebendo, desinteressadamente. A virtude da oferta que muitas vezes roça e beira o sacrifício e que são traços determinantes de altitude do ser humano e que exigem dos pais o esquecimento de si mesmo, na superação dos limites, medos, preconceitos e dos filhos, mormente, a gratidão. Infelizmente, de algumas décadas, as ultimas do século XX e hoje, contemporaneamente, esta cultura de milênios e que se ancora nos instintos mais naturais da espécie e nas tradições religiosas e princípios éticos, vem sendo substituída por outros parâmetros, quais sejam: 1- A desqualificação da autoridade dos pais em nome de uma emancipação dos jovens, despreparados para o mister responsável da existência. 2- A inversão de papeis, provocando angustia e culpa em ambos elos da cadeia sentimental – pais e filhos se chocando e se distanciando, diante de crises que derrubam todo o qualquer freio de Superego. 3- O despreparo para enfrentar o consumismo desenfreado levando a filhos mercadejando o amor, em troca de recursos materiais. “Estudo se ganhar um automóvel”. “Meu pai me oferece férias no Guarujá e você na Praia Grande”. “Minha mãe deixa que eu vá à balada, beba, fume e você é careta”. Se instaura uma espécie de leilão de trocas afetivas que vai contaminar o que de mais elevado e sagrado deve existir entre pais e filhos: o pacto da entrega, sem expectativa de paga. É preciso notar o exemplo maligno que a mídia comercializada vulgariza neste campo: o uso de crianças e jovens como camelôs de afeto – concurso de beijos prolongados, o corpo feminino como vitrine de desejo, a competição da malícia e da esperteza no lugar da cultura e da inteligência. O cúmulo destas trocas de vantagens são programas de TV em que se intercambiam pais, como se fossem dramas de aluguel, personagens de amor por temporada, e isto, em nome de uma didática de compreensão. Educar e preparar os filhos implica em se auto-disciplinar para o amor e a dedicação que não estão a venda, nem no varejo e nem no atacado. É na dimensão do amor que pais e filhos podem mudar o significado da vida, emprestando sentido a jornada que é missão e não um “Shopping Center” de falta de caráter e oportunismo. Jacob Pinheiro Goldberg é psicólogo (Universidade Católica de Santos), doutor em psicologia (Mackenzie), escritor, autor entre outros livros de “O Direito no divã” (Ed. Saraiva).

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Goldberg fala sobre a imagem no discurso da sociedade - Tribuna de Minas



















Nossa vez de espiar

Estudiosos apontam o predomínio da imagem sobre o discurso na sociedade atual e a comparam com o popular ‘Big brother’

Raphaela Ramos
Repórter

Uma mãe passeia com seu filho no parque. De repente, alguém a aborda para dizer o quanto o bebê é bonito. Ela, sem hesitar, recomenda: “você precisa ver uma fotografia dele que eu tenho em casa”. A passagem, lembrada pelo doutor em psicologia Jacob Pinheiro Goldberg, é uma das muitas contadas por Woody Allen. Conhecido por retratar as neuroses do cotidiano, o cineasta norte-americano expõe, nessa narrativa irônica, uma característica do mundo contemporâneo - a supremacia das imagens. Câmeras pessoais e de segurança, espalhadas por todos os cantos, vigiam e registram a vida dos indivíduos, modificando os conceitos de real, factual e privado. Afinal, nos dias de hoje, o que é mais importante: a criança ou seu retrato? De acordo com Goldberg, a sociedade atravessa um momento de mudança, ainda incipiente, que irá alterar as formas de coabitação. Diariamente, além de receber um bombardeio de vídeos, pela TV e pela internet, as pessoas produzem e divulgam suas gravações.”Mas o comportamento ainda não foi transformado na raiz, porque o homem não se deu conta da amplitude e das características esse processo”, analisa o psicólogo, acrescentando que os seres estão despreparados para a nova realidade. “Ela exige a criação de códigos que ajustem a ideia de respeito ao próximo.” Na opinião do professor de filosofia da UFJF Juarez Gomes Sofiste, a tecnologia radicalizou a dualidade própria da coexistência. Enquanto, segundo o pensamento do francês Jean-Paul Sartre, os indivíduos estão expostos à invasão do outro, também precisam de um olhar de fora para ser reconhecidos. “Porém, na mídia, a alternância entre clamação e esquecimento se dá de maneira muito ágil.”
O professor do curso de comunicação da UFJF Cristiano Rodrigues, que já se interessou em estudar como o jornalismo utiliza os filmes enviados pelo público, vê na situação atual mais possibilidades de olhares. Se antes a voz do povo não era ouvida, hoje ela encontra algum caminho para ser ressoada. Segundo Goldberg, que se diz um otimista, toda oportunidade de debate é legítima, ainda que a participação do cidadão comum não aconteça de forma efetiva.
Assim também pondera o professor de filosofia da UFJF Luiz Antonio Peixoto, destacando a falsa impressão de espaço democrático observada nos meios de comunicação. “A exibição de um vídeo que mostra o torcedor vibrando em sua sala de estar não muda a questão sociopolítica. Trata-se de uma inclusão passiva em um processo que o espectador não controla.”


Basta ser convincente

Mas de onde viria o interesse de mostrar o rosto? De acordo com Peixoto, ambientes que já foram exclusivos do campo da privacidade se deslocaram para o público com o surgimento de internet, câmeras e celulares. “A casa das pessoas foi aberta por elas mesmas. Vemos o desejo doentio de aparecer publicamente, já que no cotidiano isso não acontece”, comenta. Cristiano aponta o narcisismo, próprio do ser humano, como motor da questão. Por isso, adverte que essencial é diferenciar o real do construído. Jacob Goldberg vai além. “Hoje, os seres estão propensos à performance, à representação.”
Para o psicólogo, além de relativizada, toda verdade passou a ser fabricada conforme as expectativas particulares. “Basta ser convincente.” Por outro lado, ninguém está imune ao fato de, sem saber, ter sua imagem multiplicada na rede. É o que assegura Peixoto, associando a afirmativa a um “Big brother” generalizado e questionando o conceito clássico de indivíduo. Na visão do acadêmico, inda que muitos casos expostos sirvam como mote para reflexões, os debates costumam apenas reproduzir o senso comum - assim como acontece no programa global. Juarez Sofiste menciona outro resultado do excesso de imagens. “Quando elas cessam, tem-se a ideia falsa de que, no mundo
real, o problema deixou de existir. Foi assim com o terremoto no Japão e as chuvas na Região Serrana do Rio.”

Recado na geladeira

A partir dos dois exemplos, Cristiano Rodrigues cita a alteração das noções de factual. De acordo com ele, os vídeos caseiros permitem que os fatos sejam narrados ao vivo, acompanhados da tensão
de quem o registra e de quem o vive. Além disso, como complementa Luiz Antonio Peixoto, novos ângulos de um acontecimento justificam a repetição do mesmo discurso na mídia, proporcionando
percepção linear e superficial da realidade. “Essas imagens estão atreladas à emoção e impedem a imaginação. Por outro lado, na linguagem discursiva, o público é obrigado a imaginar.”
No futuro, Cristiano acredita que os vídeos serão uma das formas de comunicação dos indivíduos, tão natural quanto escrever. “Em vez de deixar um bilhete para alguém, poderemos deixar um filme.” Jacob Goldberg afirma que já estamos com um dos pés nesse terreno, embora vislumbre um estágio de exaustão anterior ao de equilíbrio. “O homem possui a capacidade de resistir à deterioração”, sentencia. Afinal, talvez seja mesmo difícil amar apenas um retrato de criança.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Caso Realengo: Entenda a cabeça de um sociopata

Imagem: Corbis Imagens

Publicado em: 07-04-2011 às 17h16 no Portal 123achei

Por Luciana Meningue

Nesta quarta-feira, 07, o Brasil ficou chocado com o caso do jovem que abriu fogo contra crianças de uma escola no Realengo, zona Oeste do Rio de Janeiro.
Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira munido de duas armas calibre 38 semi automáticas, atirou nos alunos que estavam nas salas e se suicidou em seguida. O jovem matou 11 crianças, deixou 13 feridas e quatro ficaram em estado grave.

Casos semelhantes
Em 1999, no Colorado (EUA), aconteceu o caso da Columbine High School em que Eric Harris, 18 e Dylan Klebold, 17 atiraram em colegas e professores causando a morte de 13 pessoas e deixando 21 feridos. Esse evento foi tema do premiado documentário "Tiros em Columbine" (Bowling for Columbine) filmado em 2002 pelo polêmico diretor Michael Moore.
Em 3 de novembro também do ano de 1999, o estudante de medicina Mateus da Costa Meira entrou na sala 5 do cinema do Morumbi Shopping em São Paulo, com sua submetralhadora Cobray M-11 disparando contra a platéia. Na ocasião morrerem três pessoas, quatro ficaram feridas e 15 em estado de choque. Ele ficou conhecido como "o atirador do cinema" ou "o atirador do shopping".

Entenda como funciona a cabeça de um sociopata:

O Portal 123achei conversou com o Psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg sobre os casos de massacres e o comportamento dos envolvidos. Veja a seguir:
Portal 123achei - De que maneira as crianças, adolescentes, professores e as famílias foram afetadas no caso do Realengo?
Goldberg – As pessoas são afetadas direta e indiretamente. De forma direta no caso dos que participaram do acidente (crianças, adolescentes e professores), reagem com medo e indignação, podendo até mesmo desenvolver uma paranóia. Já as famílias que foram atingidas de forma indireta, podem ter efeito pós traumático com manifestações até mesmo físicas como insônia, terror noturno, depressão, etc. Existem muitos tratamentos possíveis dentro da psicologia e da psiquiatria que podem tratar diretamente desses traumas mesmo sabendo que no caso da perda não haverá uma cicatrização.

Portal 123achei – Como podemos identificar um ato de violência como os crimes comentados acima?
Goldberg - Trata-se de uma manifestação de revolta diante do sistema de disciplina e ensino que a cultura e a educação demandam. O indivíduo para aquisição da cultura depende da obediência das regras sociais. Se ele possui uma dificuldade de conviver de maneira razoável com a comunidade em que vive, ele manifesta essa impotência de forma violenta. Desta forma podemos explicar o “abrir fogo” contra as crianças que aparentemente convivem de forma tranquila com aquilo que ele não pode lidar.

Portal 123achei – Qual o perfil que pode vir a ser um sociopata?
Goldberg - O indivíduo que tem o famoso “pavio curto” pode cometer ou vir a apresentar um comportamento violento inesperado, entretanto não é uma regra e podemos encontrar um sociopata que tem um perfil mais recalcado, o famoso “engole sapo”.

Portal 123achei – Acha que uma pessoa aparentemente normal pode vir apresentar um comportamento violento?
Goldberg -Eu não acredito em ruptura instantãnea. Todo crime tem uma gênese, isto é, um começo e um processo. Se alguém acha que um sociopata não tinha até então um coportamento violento certamente essa pessoa não foi bem observada. O sociopata dá indícios em sua biografia.

Jacob Pinheiro Goldber é doutor em psicologia, Psicólogo e Advogado.
Contatos: (11) 3259-5953
E-mail: jacobpgoldeberg@yahoo.com.br
Site: www.jacobpinheirogoldberg
.com.br

Também disponível em: http://www.123achei.com.br/noticias/brasil/2011/04/07/Caso-Realengo:-Entenda-a-cabeca-de-um-sociopata.html

Goldberg fala no Jornal da Band sobre o massacre em escola no RJ